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‘Passa à Macedônia e ajuda-nos...’

Ricardo Pessoa
Em minha passagem pela Albânia no verão de 2001, fui à cidade de Leja, localizada ao Norte, para a inauguração de uma das primeiras creches cristãs do país. Em meu retorno para a capital, Tirana, conheci Geni (lê-se “Guêni”) Begu, um jovem simpático e dedicado ao Senhor que conhecera a Deus no início dos anos 1990, logo depois da queda do regime comunista na Albânia. Geni presenciou a histórica “invasão” de evangelistas e plantadores de igrejas de diversas partes do mundo. “Era gente de todo lugar, trazendo ajuda material e espiritual”, lembrou.



Vista Panorâmica de Skopie, capital da Macedônia, onde macedônios e albaneses vivem           aparentemente em harmonia


Dentre os primeiros estrangeiros a entrarem na Albânia, estava a brasileira Nájua Diba, que morava no Kosovo desde 1987, mas que fazia constantes viagens evangelísticas à Albânia. “Quando recebi a notícia da queda do comunismo, senti-me como Filipe, que fora levado pelo Espírito do Senhor até aquele etíope. Cheguei à querida Albânia no dia 15 de abril de 1991. Em Tirana, me encontrei com uma amiga, Lumi, que se tornou minha primeira filha na fé ali, pois no Kosovo já havia ganhado outros para Jesus. Ela me recebeu em sua casa, e desde aquele dia em diante vivo na Albânia”, contou Nájua. O resultado da estada de Nájua com Lumi foi a conversão de toda a família da moça e o nascimento de uma igreja a oito quilômetros da capital albanesa. Nájua também ajudou a fundar outra igreja na cidade de Kamêz, também a oito quilômetros de Tirana, com seu trabalho missionário.

Restaurante à beira do Lago de Ohri, Macedônia. Struga é uma grande cidade com grande população albanesa que vive da pesca e do turismo

















A Albânia foi o mais prejudicado de todos os países do antigo bloco comunista no Leste Europeu, devido ao isolamento imposto pelo governo ditador de Enver Hoxha (lê-se “Rodja”). Imagine que a única nação que tinha em sua Constituição a frase “Nós não cremos em Deus”, veio a conhecer papel higiênico, absorvente, palito de dente, banana, etc., somente após os quase 50 anos de comunismo. “Em 1991, não podíamos encontrar quase nada para comprar na Albânia”, afirmou Nájua. “Era tudo muito difícil, e fazíamos uma festa quando podíamos encontrar algo vindo da Itália ou Grécia.”

BÁLCÃS
Península Balcânica é o nome histórico e geográfico para designar a Região Sudeste da Europa que engloba a Albânia, a Bósnia e Herzegovina, a Bulgária, a Grécia, a República da Macedônia, o Montenegro, a Sérvia, o autoproclamado independente Kosovo, a porção da Turquia no continente europeu (a Trácia), bem como, parcialmente, a Croácia, a Romênia e a Eslovênia. O termo deriva da palavra turca para “montanha” e faz referência à Cordilheira dos Bálcãs, que se estende do leste da Sérvia até o Mar Negro.

O professor francês Jacques Rupnik é ex-diretor da Comissão Internacional para os Bálcãs e um dos mais conceituados especialistas do mundo no que diz respeito ao papel do povo albanês na Região Balcânica. Ele explicou que “a Albânia é um Estado em ruínas, o país mais pobre da Europa e não oferece muitos atrativos”. Todavia, sem pensar na controversa “escassez de atrativos” a que possivelmente se referia o professor Rupnik, a Igreja Evangélica tem encontrado atrativos de sobra, não só na Albânia, mas também no Kosovo, Macedônia e demais nações da Península Balcânica, para anunciar as Boas-Novas que os comunistas impediram por anos. Nesta região, os campos estão brancos para a ceifa. É assim que Jesus continua vendo as nações através da Igreja.
Hoje casado com Sonila e com dois filhos, Geni, depois de trabalhar como co-pastor em Tirana de 1994 a 2007, foi enviado para o Kosovo, onde atua como plantador de igreja desde 2007. Em 1997, foi eleito secretário-geral da VUSh – Vëllazëria Ungjillore e Shqipërisë (Irmandade Evangélica da Albânia), onde teve um mandato de seis anos. “A Igreja na Albânia viu um crescimento impressionante na sua primeira década (1991–2001). Mas durante os últimos sete anos, este crescimento diminuiu”, lamentou. “Desde 2000, o movimento evangelístico estrangeiro começou a perder força. Creio que o grande desafio de hoje é a reevangelização da Albânia pela própria Igreja albanesa. Mas ainda precisamos de muita ajuda das igrejas de fora.”

ALBÂNIA
Nome: República da Albânia (Republika e Shqipërisë)
Capital: Tirana
População: 3 milhões
Religião: Islamismo 65%, cristianismo 33% (ortodoxos 20%, católicos 13%, evangélicos 0,85% = 25.000), outras 2% (1992)

Enquanto na Albânia os evangélicos (0,85% da população) lutam para conseguir os mesmos direitos que a Igreja Ortodoxa (20%) e a Católica Romana (13%) conseguiram há anos com o governo, a Igreja Protestante do Kosovo conquistou sua oficialização com o nome de Igreja Protestante Evangélica do Kosovo. Vale dizer que a razão dos termos “protestante” e “evangélico” estarem juntos é o fato de as Testemunhas de Jeová também serem tratadas (pelo governo e pelo povo) como protestantes. “Apesar desse avanço, nada mudou,” disse o Dr. Femi Cakolli, editor-chefe da revista cristã Letra e Gjallë (Carta Viva). Cakolli explicou que, após o reconhecimento oficial da comunidade protestante evangélica como igreja oficial no Kosovo, o governo passou a impedir que eles usassem locais públicos, alegando que estes não poderiam ser utilizados com fins religiosos. “Infelizmente, o governo tem-nos usado para mostrar para a imprensa estrangeira que o Kosovo não é um país muçulmano, pois há católicos romanos, ortodoxos e protestantes.”

O projeto “Jete per Kosoven” (Vida para Kosovo), foi realizado na semana da Páscoa de 2008, contou com muitas atividades evangelísticas, como distribuição de flores com folhetos sobre a ressurreição de Cristo, limpeza e florestação de alguns cantieros da cidade





















Com uma população de aproximadamente dois milhões o Kosovo conta com dois mil cristãos evangélicos divididos em 12 diferentes denominações. Já na Macedônia, os cretes não chegam a três mil, e dentre os albaneses, estima-se que haja entre cinco a sete convertidos apenas e nenhuma igreja implantada.
“Para nós, como macedônios, é quase impossível ganharmos a confiança deles”, ressaltou Sasha, pastor da Igreja Evangélica de Kumanovo, norte da Macedônia. “Apesar de os albaneses falarem macedônio, o grande problema é o que está incutido na mentalidade das pessoas daqui. Para elas, ser macedônio é ser cristão (católico ortodoxo) e para os albaneses, ser albanês é ser muçulmano. A religião é parte da identidade de ambos os povos.” Por essa razão, muitas igrejas e escolas bíblicas albanesas têm se mobilizado para enviar grupos para fazerem evangelismo de impacto nas regiões de maioria albanesa. Hoje existe um casal de El Salvador que, após anos na Albânia, ouviu o chamado do texto bíblico: “passa à Macedônia e ajuda-nos” e está trabalhando com o propósito de levantar a primeira igreja entre os albaneses. Em fevereiro deste ano, enquanto retornava de barco de Atenas, na Grécia, para Izmir, na Turquia, conversava com uma jovem estrangeira que me disse algo interessante. Ela contou ter sido roubada por uma albanesa horas antes de viajar. Perguntei como sabia que a ladra era albanesa. “Ah, na Grécia só os albaneses é que roubam. Todos dizem isso.” Esse estigma sociológico é resultado do alto índice de albaneses vivendo clandestinamente em várias cidades da Grécia. A Igreja Evangélica grega não faz muito esforço para alcançar as minorias que vivem no país. Alguns estrangeiros que trabalhavam na Albânia, e até albaneses, é que foram chamados por Deus para se mudarem para a Grécia na tentativa de iniciar algo entre albaneses.


Evangélicos do Kosovo se mobilizam por meio do projeto “Jete per Kosoven” (Vida por Kosovo) e levam alimentos e agasalhos a vilarejos da perifiria de Pristina

Na Albânia, principal avenida do Centro de Tirana, o Mercedes se tornou o carro preferido dos albaneses, porque este era o que os políticos usasavam no tempo do comunismo, já que o povo mesmo não possuía veículos







































Ao contrário do que muitos podem achar, quando se fala em evangelizar albaneses, não se pode pensar apenas na Albânia. Estima-se que haja por volta de três milhões de albaneses na Albânia e quatro milhões espalhados pelos Bálcãs. Também não é tarefa fácil entender a situação política, étnica e religiosa nos Bálcãs. Principalmente, a polêmica das divisões territoriais e a questão etno-religiosa quase que inseparável em países como a Macedônia, onde praticamente um terço da população é de etnia albanesa. Já no Kosovo, 90% da província é composta por albaneses.

Centro de Tirana visto a partir do Tirana International Hotel, um dos poucos hotéis que sobreviveram à transição da era comunista para a democrática
















A tarefa de fazer discípulos entre os albaneses continua. No passado, a Igreja chegou até lá por meio de Paulo. “... desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico [Albânia hoje], tenho divulgado o evangelho de Cristo...” (Romanos 15:19b). Agora é a vez e missão dos atuais seguidores de Cristo. O clamor desse povo pode ser constatado nos dizeres de Qefsere Neshevçi, albanesa natural do Kosovo: “Espero que meu povo veja a luz do Evangelho com todo o seu poder e beleza.” E finaliza: “Zot ju bekoftë”! (Deus vos abençoe!)

PAÍSES COM NÚMERO CONSIDERÁVEL DE ALBANESES
KOSOVO
Nome: República do Kosovo (Republika e Kosovës) Declarado unilateralmente independente da Sérvia em 17 de fevereiro de 2007
Capital: Pristina
População: 2 milhões (albaneses 90%, sérvios 5%, turcos 1%, outros 4%)
Religião: Islamismo 95%, cristianismo 5,8% (católicos 4%, ortodoxos sérvios 1%, protestantes evangélicos 0,8%).

MACEDÔNIA
Nome: República da Macedônia (Republika Makedoniya)
Capital: Skopje
População: 2 milhões (eslavo-macedônios 67 %, albaneses 21%, turcos 4,5%, sérvios 2,5%)
Religião: Cristianismo ortodoxo (macedônios e sérvios), islamismo (albaneses e turcos)

GRÉCIA
Nome: República Helênica (Elliniki Dhimokratia) Membro da União Européia desde 1981 e da União Econômica e Monetária da União Européia desde 2001
Capital: Atenas
População: 11,2 milhões (97% de origem grega, 3% albaneses, Roma (gipsesciganos), pomaks, armênios, macedônios e outros)
Religião: Cristianismo ortodoxo grego 97%, islamismo 140.000, evangélicos 32.000, Testemunhas de Jeová 30.000 13%, evangélicos 0,85% = 25.000), outras 2% (1992)


Fonte: http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=86&materia=1155

Um comentário:

  1. Meu nome e Camille moro atualmente na Nova Zelandia , serva do Deus Altissimo, sonhei que estava vistitando um casal de misionario ai em Kosovo, q a maioria eram mulcumanos e faziam bombas.. e que o lugar era um tanto que perigoso. sei q Deus falando comigo pelo simples fato de nao saber nada dai e fui pesquisar na google , e realmente vi pra meu espanto q um pais muculmano na sua maioria, conta com as minha oracoes e deixarei meu email, caso queira se comunicar smille74@hotmail.com (msn) e smilleottoni@gmail.com Deus abencoe vcs grandemente :)

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